A cápsula articular do ombro (glenoumeral) é a mais elástica do corpo humano, permitindo uma ampla gama de movimentos. Nesta doença, inicialmente ocorre um processo inflamatório capsular (fase "inflamatória"), e o paciente se apresenta com dor insidiosa no ombro, geralmente provocada após a realização de movimentos bruscos inesperados, mesmo com o braço abaixo da linha do ombro. Pode ser confundida com quadros de tendinite ou bursite, porém sem resposta ao tratamento. Com o passar de semanas, a dor vai reduzindo e o paciente vai perdendo gradativamente a elasticidade da cápsula articular até ficar com bastante rigidez.
1 - Quais as causas de Capsulite Adesiva?
Na maioria dos casos não se sabe a causa (idiopática), mas existe certa correlação com diabetes e hipotireoidismo sem controle adequados. Ombro "congelado" também é uma rara complicação após tratamento de fraturas ou em pós-operatório de manguito rotador, pois, devido ao prolongado período de imobilização com tipoia, a cápsula articular perde sua elasticidade e fica com rigidez.
2 - Quais as fases e quanto tempo dura essa doença?
A fase inicial (inflamatória) pode durar mais de 6 meses. Normalmente o paciente é tratado como se estivesse com tendinite por diversos médicos. O diagnóstico clínico só é realizado quando surgem os sinais de perda de movimento passivo, durante exame físico em consulta com especialista em ombro. Isso significa que o paciente já está na fase de "congelamento", que costuma durar mais de um ano. A maioria dos exames (inclusive ressonância nuclear magnética) podem ser laudados como normais.
3 - Qual tratamento?
O tratamento, conservador na maioria dos casos, costuma durar entre um e dois anos, podendo ser acelerado com alongamentos, fisioterapia, medicamentos e bloqueios do nervo supraescapular. O tratamento cirúrgico com capsulotomia artroscópica seguida de manipulação é reservada aos casos sem melhora com tratamento conservador. Pacientes com hipotireoidismo e/ou diabetes devem seguir rígido controle com endocrinologista.